Funcionários fazem em casa 80% do que a escola vai apresentar.Enredo sobre periferia terá apresentadora Regina Casé como madrinha.
Íris Stefanelli Madrinha de Bateria da Leandro de ItaqueraLocalizado na Rua José Borges do Canto, na Zona Leste de São Paulo, o ateliê que prepara os adereços e fantasias da Escola de Samba Leandro de Itaquera não pára. O local, na verdade, não funciona em um único espaço, mas nas salas e garagens das casas dos moradores da rua, membros da comunidade da escola. Ao todo são cerca de 60 funcionários que preparam 80% do que a primeira escola do segundo dia de desfiles em São Paulo, em 21 de fevereiro, vai apresentar.
Carnavalesco Anderson Paulino está há oito anos na escolaA Leandro vai para o Anhembi com um enredo que, segundo o carnavalesco Anderson Paulino, é a cara da escola: uma homenagem à alegria e à disposição para o trabalho do povo das periferias, amadrinhado pela apresentadora Regina Casé. “Tive a ideia de fazer esse enredo enquanto assistia a um dos programas da Regina e decidimos mostrar as coisas positivas da periferia, exaltando sua disposição para o trabalho, a alegria de viver e o objetivo de ter uma moradia”, diz Paulino, que está há oito anos na escola.
Regina vai desfilar em cima de uma estrela no último dos cinco carros alegóricos da escola. No abre-alas, o carnavalesco vai contar sobre a Guerra de Canudos, no Nordeste do país, e seu líder Antônio Conselheiro. Outros temas que serão abordados pela Leandro são a perseguição aos cultos religiosos de origem africana, o crescimento da periferia de São Paulo, o esporte na rua e o grafite, além dos ritmos característicos da periferia, como o rap, o hip hop, o brega e o forró.
“Vai ser um desfile que promete bastante colorido e brilhante, sem falar de violência. Vamos tratar da desigualdade social, porque isso é inevitável, mas nosso foco é mostrar como é possível lutar, vencer e ser muito feliz na periferia”, diz Paulino. Para o carnavalesco, o maior desafio do enredo foi vencer o preconceito sobre o tema e tratar, principalmente, do aspecto da união que é característica das comunidades.
Enredo da escola faz homenagem à alegria e disposição para o trabalho do povo das periferiasA Leandro vai desfilar no Anhembi com 3,2 mil componentes. A escola terá 26 alas. “Nos ensaios já estamos conseguindo perceber quanto nosso enredo foi aprovado pela comunidade e isso não nos surpreende porque a escola se sente retratada. A realidade que vamos contar na avenida é a realidade de muitos de nossos componentes”, diz.
A bateria, que virá caracterizada como Zé Pelintra, uma entidade da Umbanda, terá 200 ritmistas comandados pelo Mestre Dinei. A rainha de bateria, que segundo o carnavalesco também se sentiu retratada no enredo, será a ex-bb Íris Stefanelli. “Não temos outros destaques famosos confirmados, mas Íris disse que convidaria alguns amigos e acredito que nessa lista tenha alguns famosos”, diz Paulino.
Anderson Paulino é carnavalesco da escola ao lado de Aguinaldo Souza, responsável pela equipe que vem de Parintins (AM) para fazer os carros alegóricos e Anderson Rodrigues, responsável pelo aspecto teatral do desfile.
Leandro de Itaquera vai apostar no brilho e no colorido para dar vida a seu enredoA principal surpresa que os carnavalescos preparam para emocionar o Anhembi é uma homenagem ao Corinthians. “Escolhemos esse time porque a Zona Leste o elegeu como time do coração e gostaríamos também de homenagear a Gaviões, que desfila no mesmo dia que nós. Além disso, o futebol é uma paixão nacional, mas uma paixão ainda mais forte aqui na periferia”, diz o carnavalesco.
Para quem quiser desfilar pela Leandro, as fantasias para as alas no chão custam em média R$ 200. Para sair em um dos carros alegóricos, a fantasia cesta em média R$ 400.
Para quem quiser desfilar pela Leandro, as fantasias para as alas no chão custam em média R$ 200. Para sair em um dos carros alegóricos, a fantasia cesta em média R$ 400.
Fonte: Globo/Carnaval 2009
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